quinta-feira, 30 de junho de 2011

sábado, 18 de junho de 2011

Tipos de Altas Habilidades/Superdotação

Entre os tipos de altas habilidades/superdotação, apontam-se tradicionalmente: 


Intelecutal

Apresenta flexibilidade, independência, fluência de pensamento, produção intelectual, julgamento crítico e habilidade para resolver problemas.

Social

Revela capacidade de liderança, sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, poder de persuasão, influência no grupo.

Acadêmico

Com capacidade de atenção, concentração, memória, interesse e motivação pelas tarefas e capacidade de produção.

Criativo

Com capacidade de encontrar soluções diferentes e inovadoras, facilidades de auto-expressão, fluência, originalidade e flexibilidade.

Psicomotorcinestésico

Que se destaca por sua habilidade e interesse por atividades físicas e psicomotoras, agilidade, força e resistência, controle e coordenação motoras.

Talentos especiais

Que revelam destaque em artes plásticas, musicais, literárias e dramáticas, revelando especial e alto desempenho.

Lembrando que estas são as "tradicionais" e que nem todos apresentam todas as características.
 (conceituação adotada pelo MEC/SEESP, 1995)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Curiosidades Sobre Superdotação

  De acordo com Souza (2002) os primeiros registros históricos sobre superdotação vem da Grécia, uma vez que a cultura grega foi a que deu mais atenção à inteligência superior, justificando assim o enorme número de filósofos, matemáticos e astrônomos que deixaram várias contribuições para a humanidade. Platão defendia a idéia de que tais pessoas deveriam ser identificadas na tenra infância e preparadas para serem líderes, num grupo ao qual chamou de: "Crianças de Ouro". No século XV e XVI as pessoas proeminentes eram interpretadas como bruxos, demônios e nocivas à sociedade e durante o Renascimento, todo tipo de desvio, tanto a insanidade como a genialidade, era considerada uma instabilidade ou doença mental.

 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Superdotados

O cinema está recheado de boas histórias sobre superdotados. Não precisa rodar muito pela locadora para encontrar interessantes tramas que envolvem inteligência extrema, ambição e as consequências – boas ou ruins – de tudo isso. Na vida real e ao longo da história também é possível confirmar que as pessoas com alto QI podem estar em qualquer lugar.

Há quase 500 anos nasceu um dos primeiros superdotados de que o mundo tem notícia. Encontramos lembranças dele em todo o lugar: Leonardo da Vinci, incontestavelmente, foi um dos mais famosos superdotados da história. Da Vinci foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, escritor, poeta e músico do renascimento italiano. Foi também o precursor da aviação e da balística. Detalhe: ele não tinha nenhuma formação na maioria dessas áreas.Mas nem todos os superdotados mostram características de genialidade desde cedo.
Leonardo da Vinci
O naturalista Charles Darwin, por exemplo, era um menino tímido que só queria saber de colecionar minerais, insetos e ovos de pássaros. Durante muito tempo ficou em dúvida sobre qual rumo tomar na vida. Não sabia se deveria enveredar pela biologia ou pelas artes. Logo depois, mostrou ao mundo uma das teorias mais fantásticas: o evolucionismo.Em 1879 nasceu uma figura que tem um dos rostos mais conhecidos da humanidade. 

Devido à formulação da teoria da relatividade, Albert Einstein tornou-se famoso mundialmente. Nos seus últimos anos, a fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: o nome “Einstein” tornou-se sinônimo de genialidade. Mas há boatos de que, na adolescência, era um aluno distraído e nem sempre tirava notas boas.
Albert Einsten
Um dos maiores vilões que a humanidade já viu também tinha neurônios sobrando. Adolf Hitler, apesar de ter sido uma criança mal-humorada, era inteligente e amava desenhar. Sua arte sempre surpreendia a todos. Mas, depois de não ter sido aceito nas grandes universidades da época, ingressou na política. Dizem que, quando ele falava, cativava a todos. Seu problema estava na hora de ouvir: ele simplesmente não tinha capacidade para criar empatia com as pessoas.

Outro superdotado que marcou a história, principalmente a da literatura mundial, foi Truman Capote, autor do livro “A Sangue Frio”. Ele foi uma criança solitária. Aprendeu sozinho a ler e a escrever antes de entrar na primeira série. Dizem que era comum encontrá-lo, aos cinco anos, com um dicionário e um bloco de notas. Capote afirmou à imprensa ter escrito um livro com nove anos de idade.Mas não foram só homens que se destacaram pela superdotação.
Truman Capote 
A ex-primeira dama Hillary Clinton, desde a juventude, é uma referência pelas ideias arrojadas, comportamento ético e senso de caridade. Praticou vários esportes e sempre ganhava a atenção alheia ao mostrar seus dotes. Ela fez questão de não ser apenas a “grande mulher por trás do grande homem”. Ano passado, ao participar das prévias para a eleição americana, provou que pode estar à frente de qualquer marmanjo, mesmo não tendo vencido a disputa.
Hillary Clinton
Já aqui no Brasil, os superdotados também tem mostrado talento em todas as áreas. Dois, em especial, sem- pre são lembrados. O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso é um deles. Sociólogo, professor universitário e político, FHC tem fama de ter um altíssimo QI. 

O músico Roger Rocha Moreira também tem uma inteligência acima da média. Integrante da banda Ultraje a Rigor, é formado em inglês pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Compositor e instrumentista por excelência, ele frequentou o Conservatório Dramático e Musical, o Conservatório Musical Brooklin Paulista e a Fundação das Artes de São Caetano do Sul.


Bill Gates
Atualmente, um dos superdotados em destaque no mundo é William Henry Gates 3º, o Bill Gates. Em parceria com o sócio Paul Allen, ele é o fundador da Microsoft, a maior e mais conhecida empresa de software do planeta. Sua frase mais famosa é: “Nunca trate mal um nerd, pois futuramente ele pode ser o seu chefe”.


Texto daqui.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escolas do DF e os Superdotados

Pais de crianças e adolescentes com altas habilidades pedem mais estrutura nas escolas da rede pública do Distrito Federal. Existem 16 salas de recursos para atender 1.105 crianças e adolescentes com altas habilidades, mas segundo pais e professores o ideal seria o dobro. Faltam também psicólogos e salas adaptadas.




Altas Habilidades

sábado, 11 de junho de 2011

Será que seu filho é superdotado?

Geralmente, quando pensamos em superdotados, imaginamos aquele garoto... nerd? de óculos, estudioso ou aquele geniozinho cientista. Acontece que esses estereótipos nem sempre revelam um superdotado e, certamente, não abarcam a totalidade de perfis de pessoas superdotadas. Os Portadores de Altas Habilidades, como também podem ser chamados os superdotados, são curiosos, criativos e aprendem tarefas com facilidade. Muitas vezes, surpreendem os pais com habilidades precoces, vocabulário avançado em comparação com crianças da sua idade e raciocínios complexos.


Confira algumas características de superdotados:

  • Rapidez e facilidade para aprender, abstrair ou fazer associações;
  • Criatividade;
  • Capacidade para analisar e resolver problemas;
  • Independência de pensamento;
  • Habilidade excepcional para esportes, música, artes, dança, informática ou outros talentos;
  • Curiosidade e senso crítico exagerados;
  • Senso de humor;
  • Investimento nas atividades de interesse e descuido com as demais;
  • Bom relacionamento social e liderança;
  • Aborrecimento com a rotina;
  • Hipersensibilidade.

O que poucas pessoas sabem é que as crianças superdotadas nem sempre são bem-sucedidas. Se a inteligência privilegiada as ajuda a compreender mais facilmente problemas e situações, a falta de orientação pode atrapalhar o desenvolvimento psicológico e criar uma barreira para a inserção social. Pois, apesar da mente rápida, para o bom desenvolvimento emocional, essas crianças precisam das mesmas coisas que as outras (às vezes em maior quantidade): acolhimento, compreensão, sentimento de pertencer ao grupo (escola, família) e nem sempre isso ocorre pois, em primeiro lugar, elas são diferentes do grupo e percebem isso rapidamente; depois, a superdotação pode provocar desconforto nas pessoas que se relacionam com a criança, até mesmo sentimento de inferioridade, e isso pode prejudicar o relacionamento.

Os pais precisam identificar, o quanto antes, a superdotação do filho e dar instrumentos para que ele possa colocar seu talento em prática. A observação da criança e a aplicação de testes de inteligência podem ser muito úteis. Um psicólogo pode ajudar e orientar os pais nesse processo. Os pais de um superdotado precisam ser claros com seu filho, explicando que ele tem um talento especial, mas que não é melhor do que os outros. É importante ressaltar que no grupo social é a diversidade de talentos que traz a diversão e o desenvolvimento e que cada pessoa tem uma contribuição valiosa a dar. Ele precisa ter a certeza de que seus pais o compreendem e de que poderá falar quando quiser sobre suas dificuldades. Dessa forma a família o ajudará a desenvolver uma boa auto-estima.


Estimular a convivência com outras crianças, encontrando amigos capazes de desenvolver e compartilhar determinadas atividades e descobrindo os talentos complementares dos outros, também faz parte do papel dos pais. Além disso, os pais precisam acompanhar seu filho na busca de materiais e informações que o ajudem a dar vazão à sua curiosidade. Se ele se gostar de ciência ou história, por exemplo, pais e professores deverão ajudá-lo a encontrar livros, sites e estudos interessantes sobre o assunto.

Texto completo de Mariana Milani, psicóloga.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cristina Colavite - Altas Habilidades

Cristina Colavite, psicóloga, esclarecendo sobre altas habilidades no programa Mulheres, da TV Gazeta



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Algumas características de pessoas com AH/Superdotação

• Muitos aprendem a ler mais cedo que as demais crianças de sua idade, apresentando uma melhor compreensão das nuances da linguagem... é freqüente que leiam com maior rapidez, mais intensidade e apresentem vocabulários mais amplos.
• Geralmente aprendem habilidades básicas melhor, mais rapidamente, e com menor número de exercícios práticos.
• Freqüentemente são capazes de identificar e de interpretar dicas não verbais, elaborando inferências que outras crianças dependem do adulto para fazer.
• Têm menor aceitação de “verdades prontas”, buscando os “como’s” e os “por que’s”.
• Apresentam melhor habilidade de trabalho independente, mais cedo e por períodos de tempo mais longos que outras crianças.
• Podem manter períodos de concentração e de atenção mais longos.
• Seus interesses são, freqüentemente, tanto amplamente ecléticos como intensamente focalizados.
• Freqüentemente apresentam uma energia aparentemente interminável, que às vezes conduz a um diagnóstico errôneo de “hiperatividade”.
• São geralmente capazes de responder e de se relacionarem bem com pais, professores e outros adultos. Eles podem preferir a companhia de crianças mais velhas e de adultos, ao invés da companhia de colegas da mesma idade.
• Eles são sempre motivados a examinar aquilo que é incomum, sendo altamente inquisitivos (fazem muitas perguntas, buscando compreensão do fenômeno).
• Seu comportamento é freqüentemente bem organizado, direcionado para um objetivo, e eficiente no que se refere a tarefas e à solução de problemas.
• Eles exibem uma motivação intrínseca para aprender, para descobrir ou para explorar, sendo freqüentemente muito persistentes. “Eu prefiro eu mesmo fazer” é uma atitude comum.
• Eles gostam de aprender coisas novas e de novas formas de fazer as coisas.
• Eles apresentam capacidade de manter períodos mais longos de atenção e de concentração, do que seus colegas.

É importante ressaltar que cada pessoa é única e tem suas habilidades e características próprias.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Superdotados e o heavy metal

de 21/03/2007


De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, na Grã-Bretanha, estudantes talentosos que se sentem pressionados buscam o heavy metal como refúgio.
"A pesquisa foi coordenada por Stuart Cadwallader e Jim Campbell, da Academia Nacional para Jovens Talentosos e Superdotados da universidade britânica. Ambos estudaram 1.057 alunos entre 11 e 18 anos"
Quando a questão foi gosto musical, mais de um terço dos entrevistados escolheram o heavy metal como gênero favorito. Eles dizem que utilizam estas músicas para lidar com suas frustrações e irritações, e muitos escutam quando estão com mau humor.
Leia tudo aqui (:

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A falta de informação pode causar problemas?

Normalmente, o desconhecimento da superdotação gera indivíduos insatisfeitos, inseguros, desestimulados com a escola, ou que desistem dessa parte acadêmica, além de outros problemas, como explica a especialista Maria Lúcia Prado. "Crianças superdotadas que não possuem as informações necessárias para entender o seu lado diferente se transformam em crianças frustradas por não encontrarem desafios compatíveis com sua inteligência e podem ser vistas como desatentas, dispersivas, desmotivadas e, principalmente nos dias de hoje, como portadores de transtornos. O mais comum é o TDAH, o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade".


O maior problema é que muitas dessas mentes brilhantes têm sido tratadas com medicação do modismo atual. "O que acontece é que inúmeros comportamentos do indivíduo hiperativo são semelhantes a características comportamentais do superdotado. Não há exame clínico para diagnosticar um hiperativo e isso é feito por check list. Como os médicos ou neurologistas não conhecem a superdotação, estão medicando todos os que se enquadram na lista de comportamentos".

"Elas precisam ser vistas como crianças, mas sem ignorar seu talento especial"



domingo, 5 de junho de 2011

Entrevista - Maria Lúcia Prado Sabatella

A consultora e pesquisadora Maria Lúcia Prado Sabatella é mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná, especializada na área de Superdotação e Talento. Delegada do Brasil no Conselho Mundial para Crianças Superdotadas e Talentosas, ela acaba de lançar o livro Talento e Superdotação: Problema ou Solução?, pela Editora IBPEX, e fala mais sobre o tema de seus estudos.

O que define um superdotado?
Superdotado é aquele indivíduo que tem uma ou mais habilidades expressivamente acima da média em algum campo do saber ou do fazer. São pessoas normais, mas não são comuns.

Os superdotados são poucos?
Não há uma estatística brasileira, pois em nosso país não fazemos identificação nas escolas. A Organização Mundial da Saúde estima que 3,5% a 5% da população mundial seja superdotada. No entanto, esse dado se baseia apenas em testes de Q.I. (Quociente de Inteligência), que é um dos instrumentos utilizados na identificação de superdotados e testa somente as áreas acadêmicas da inteligência – lógica e verbal. O Garrincha, por exemplo, foi considerado praticamente um débil mental em um teste de Q.I., mas era, evidentemente, um atleta brilhante, um superdotado psicomotor. Assim, quando são incluídas as demais áreas da inteligência, que podem envolver habilidades como liderança, capacidade de mediação, argumentação e criatividade, o número de pessoas superdotadas pode subir para cerca de 12%.

Nesse exemplo do futebol, superdotação é o que se chama usualmente de talento?
Na literatura costuma-se encontrar a referência a “superdotados e talentosos” evidenciando que de forma implícita o talento designa habilidades nas artes e atividades corporais, enquanto o termo superdotado é aplicado às pessoas com grandes habilidades intelectuais e acadêmicas. Indivíduos superdotados destacam-se em uma área ou em um grupo delas independentemente da categorização de sua habilidade.

E os gênios?
Geralmente, quando se fala de superdotado, faz-se uma correlação imediata com o gênio. Mas o gênio é aquele que contribui com a humanidade, que perdura por gerações. O gênio quebra paradigmas e conceitos previamente estabelecidos, como o Einstein. Todo gênio é um superdotado, mas nem todo superdotado é um gênio. A genialidade é o nível mais alto de superdotação.

O que os pais devem fazer ao identificar a superdotação no filho?
Tem que procurar bibliografia e ajuda de profissionais especializados, conversar com outros pais de superdotados. No Instituto para Otimização da Aprendizagem, que presido, fazemos grupos com os pais a cada semestre e a troca de experiências é muito rica. Os pais de superdotados se sentem marginalizados e relutam em falar sobre os progressos dos seus filhos. É importante que os pais tenham consciência de que se trata de uma criança especial e que se informem a respeito. Quando nasce um filho com Síndrome de Down, por exemplo, os pais correm a se preparar para essa condição e o mesmo deve ser feito se a criança é superdotada. Isso passa também pela escola, onde os professores devem ser esclarecidos sobre o tema.

As escolas estão preparadas para os superdotados?
Infelizmente, não. Apesar de a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, tratar da educação especial, não só para as pessoas com deficiência, geralmente enquadradas nesse tipo de educação, mas também para os superdotados. E eles não são tão poucos. Analisando a população escolar, pode-se dizer que, em cada sala de aula, há uma ou duas crianças superdotadas. Muitas vezes, são justamente aquelas que ficam inquietas e fazem bagunça, porque já terminaram as tarefas, ou porque não precisam copiar nada do quadro, já que têm tudo memorizado. O superdotado precisa de mais desafios. O professor pode sugerir atividades que enriqueçam e aprofundem o conhecimento e poderá se surpreender com os resultados. Um superdotado, na sala de aula, pode favorecer um ensino de maior qualidade para todos os alunos. Se estiverem estudando, por exemplo, os afluentes do Rio Amazonas, o professor pode sugerir que os alunos que tiverem vontade pesquisem e se aprofundem na cultura amazonense, por exemplo. Fizeram isso em uma escola e tiveram que abrir um museu sobre a região Amazônica, tamanha a pesquisa feita pelos alunos. O estímulo serviu para mostrar que todos os alunos produzem mais quando há incentivo e interesse. No entanto, via de regra, o professor, o psicólogo ou o médico não estão preparados para identificar e lidar com os superdotados.

Nem mesmo os médicos?
Muitas das “características” do superdotado são muito semelhantes aos comportamentos apresentados como sintomas da hiperatividade e do déficit de atenção,que estão tão em moda. Se a criança começa a perguntar demais, interrompe a aula, não copia a agenda ou completa tarefas, muitos professores têm indicado que os pais procurem um médico sugerindo que o filho é hiperativo. Não é competência dos professores fazer diagnóstico e essa atitude tem levado muitas crianças apenas curiosas, saudáveis e que aprendem com mais rapidez, a serem medicadas como hiperativas. Tudo acaba sendo resolvido na base da “babá-química”. O aconselhável é investigar o potencial do aluno que apresenta as características de que falamos, antes de se pensar em diagnóstico.

A superdotação é inata? Há alguma relação com a classe social?
Nem uma coisa nem outra. De fato, há um componente genético. Geralmente, indivíduos superdotados vêm de famílias que apresentam essa mesma característica. Mas não é algo inato, já que, se assim fosse, todas as pessoas de determinada família que possui superdotados seriam igualmente brilhantes. E isso não acontece. Há o componente externo, os estímulos, a interação com o meio. E aí eu dou um exemplo de como a superdotação não tem nada a ver com a classe social. Eu já vi uma criança de cinco anos, moradora de assentamento sem-terra, que me explicou corretamente temas como o Produto Interno Bruto do Brasil e a inflação do país. Como ele aprendeu isso? Com as páginas de jornais velhos que eus pais lhe davam para pintar. Mas assim como a inteligência não tem classe social, ela é amoral. Essa criança do assentamento optou pelo caderno de economia do jornal. Mas ele poderia ter preferido ler algo que lhe aguçasse o interesse por coisas erradas. Ou seja, a inteligência pode ser mal direcionada. O Fernandinho Beira-Mar, por exemplo. Ele é brilhante. Tanto que, mesmo preso, continua comandado sua facção criminosa e ninguém consegue impedir isso. Dá para colocar o corpo atrás das grades, mas a cabeça não. Ele é uma das muitas pessoas brilhantes mal direcionadas. Por isso, é importante haver estímulos positivos, sobretudo às crianças superdotadas.

Em tempos de tecnologias como a internet, esses jovens não são superestimulados?
Tudo o que é exagerado é ruim e isso não tem a ver com a internet ou os videogames. Assim como a criança que não sai da frente do computador, aquela que fica afundada nos livros, sem fazer outra coisa, também não está se desenvolvendo adequadamente. É importante que a família estimule tudo, inclusive atividades que tirem a criança de casa. Mas eu acho que essa geração que cresce entre computadores se desenvolve mais rapidamente e isso é positivo. Eu costumo dizer que, havendo dúvida se a criança é ou não superdotada, o melhor a se fazer é criá-la como superdotada, ou seja, estimulá-la constantemente. Às vezes eu ouço dizerem que uma criança de 4 anos, por exemplo, é muito nova para ir à escola. Como assim? Vá na favela ver se crianças com essa idade já não trabalham como olheiras para os traficantes. Se podem fazer isso, podem ir para a escola!

Se essa criança não for educada da maneira adequada, ela pode perder o talento?
Ela pode não desenvolver seu máximo e isso, sobretudo para alguém com potencial, é frustrante. Por falar em frustração, é importante que os pais não criem expectativas demais sobre a criança. Não é por ser superdotada que ela não pode ir mal escola, ou tirar uma nota baixa. Superdotado não é perfeito. Como eu disse no início, o superdotado não é comum, mas é normal.

Fonte: Dra. Maria Lúcia Prado Sabatella

sábado, 4 de junho de 2011

O Papel do Professor



"1.  Estimular a independência de estudo do aluno, ensinando-o a ser “eficiente e efetivo” nessa tarefa. Assim, é interessante que o professor estimule o aluno a ler, a pesquisar, a buscar novas informações em material extra-classe, de forma que ele aprenda a estudar pesquisando. Desta forma, o aluno não precisa ficar “amarrado” ao conteúdo regular do plano de ensino da série ou nível em que se encontra (por ele, muitas vezes, já dominado), andando em seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que se evitam problemas na interação com colegas e mesmo com o professor.

2.  Estimular que os alunos utilizem processos cognitivos complexos, tais como o pensamento criativo, a análise crítica, análises de prós e contras, etc... Esse tipo de atividade permite ao aluno exercitar suas competências de forma construtiva e favorecedora de um desenvolvimento dentro de seu próprio ritmo.

3.  Estimular os alunos a discutirem amplamente sobre questões, fatos, idéias, aprofundando gradativamente o nível de complexidade da análise, até culminar em um processo de tomada de decisão e de comunicação com os demais acerca de planos, relatórios e soluções esperadas a partir das decisões tomadas. Este procedimento não só estimula as operações de análise (reflexão sobre os múltiplos componentes da realidade enfocada, a identificação de possibilidades alternativas para a solução de problemas) e de síntese, como também a organização do pensamento, o raciocínio lógico, o planejamento de ações, a avaliação de possíveis conseqüências e efeitos das ações planejadas, a comunicação social das idéias, dentre outras competências.

4.  Estabelecer as habilidades de comunicação interpessoal necessárias para que os alunos trabalhem tranqüilamente com parceiros de diferentes faixas etárias, e de todos os níveis do desenvolvimento cognitivo. O fato de ter altas habilidades, sejam elas as competências que forem, pode tornar-se impeditivo para a convivência entre pares, razão pela qual é de grande importância que a interação e a comunicação interpessoal constituam objetivos de ensino, de igual importância aos demais conteúdos curriculares.

5.  Estimular o desenvolvimento do respeito pelos demais seres humanos, independentemente de suas características, talentos e competências. A criança portadora de altas habilidades pode se tornar alguém impaciente com pessoas que funcionam em nível ou ritmo diferente do seu, ou desenvolver um padrão de a elas desqualificar. Isto é prejudicial para seu desenvolvimento pessoal e social, podendo ter conseqüências destrutivas para seu próprio processo de aprendizagem, bem como para a sociedade. Assim, tratar do desenvolvimento e da prática do respeito humano enquanto conteúdo curricular é de importância e relevância educacional e social.

6.  Desenvolver expectativas positivas do aluno quanto a escolhas profissionais que possam otimizar o uso de seus talentos e competências."

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Dica de Filme


Título original: (Finding Forrester)
Lançamento: 2000 (EUA)
Direção: Gus Van Sant
Atores: Sean Connery, F. Murray Abraham, Robert Brown, Anna Paquin.
Duração: 135 min
Gênero: Drama

Jamal Wallace (Robert Brown) é um jovem adolescente que ganha uma bolsa de estudos em uma escola de elite de Manhattan, devido ao seu desempenho nos testes de seu antigo colégio no Bronx e também por jogar muito bem basquete. Após uma aposta com seus amigos, ele conhece ele conhece William Forrester (Sean Connery), um talentoso e recluso escritor com quem desenvolve uma profunda amizade. Percebendo talento para a escrita em Jamal, Forrester procura incentivá-lo para seguir este caminho, mas termina recebendo de Jamal algumas boas lições de vida.